África

Os Estados membros da COMESA através da sua agência especializada ACTESA - A Aliança para o Comércio de Mercadorias na África Oriental e Austral reconheceram a necessidade de reformas rigorosas nas políticas que governam a adoção de cultivos biotecnológicos na África. Esse reconhecimento ocorreu durante um workshop de sensibilização em agro-biotecnologia regional de dois dias realizado no dia 30 de agosto de 2017 em Quênia. O workshop reuniu representantes de seis membros COMESA envolvidos ativamente na pesquisa de biotecnologia, na Comunidade da África Oriental (EAC) e principais atores do setor privado.

Christophe Bazivamo, Secretário-Geral Adjunto da Comunidade Africana Oriental, responsável pelos setores produtivo e social, enfatizou a necessidade de priorizar a segurança alimentar incorporando todas as ferramentas disponíveis ao longo da cadeia de valor para alcançar um ambiente econômico estável na região. Ele também indicou que a EAC não ocupou uma posição oficial sobre as culturas GM, mas as discussões estão em andamento.

Segundo o Hon. Adam Malima, vice-presidente da Aliança de Biotecnologia e Biossegurança da África Oriental (EABBA), as políticas agrícolas regionais são fortemente influenciadas por atitudes e regras rigorosas exportadas da UE que têm vínculos comerciais estreitos com a África em seu benefício. Hon. Malima informou os representantes da comunidade empresarial que a UE lidera na aplicação da tecnologia GM na medicina e não na agricultura porque a segurança alimentar não é um problema naquela parte do mundo.

Dr. Getachew Belay, consultor sénior de Biotecnologia e Biossegurança da COMESA, expressou que os argumentos predominantes em torno da aplicação da tecnologia GM em África nunca desaparecerão até que todas as partes interessadas se juntem e estabeleçam um terreno comum para os benefícios regionais. A Diretora do ISAAA AfriCenter, a Dra. Margaret Karembu, reiterou a necessidade de consenso na comunidade agro-biotecnológica e instou os especialistas encarregados de fornecer informações técnicas para se comunicar eficazmente e harmonizar suas mensagens para reduzir a confusão pública.

O workshop, organizado pelo ISAAA AfriCenter no âmbito do programa OFAB, em parceria com o COMESA / ACTESA, também proporcionou aos participantes a oportunidade de visitar o campo de milho tolerante a insetos (BT-DT), com tolerância à seca (BT-DT), eficiente e eficiente para o milho para a África (WEMA) ensaios na Organização de Pesquisa Agrícola e Pecuária do Quênia (KALRO), bem como a planta de parceria AflaSafe do Instituto Internacional de Agricultura Tropical que aborda a ameaça de aflatoxinas.

Para mais informações sobre o evento entre em contato com a Dra. Margaret Karembu mkarembu@isaaa.org e o Dr. Getachew Belay GBelay@comesa.int

A doença do mosaico da cassava (CMD, cassava mosaic disease, em inglês) e a doença do listrado castanho da mandioca, ou CBSD (Cassava Brown Streak Disease, em inglês) ainda são as restrições mais desafiadoras para a produção de mandioca na África Subsaariana. Alguns ugandeses descrevem como o HIV da cassava. Embora existam variedades resistentes a CMD, ainda é um desafio, uma vez que um bom número de agricultores ainda não teve acesso as mesmas. As perdas anuais devidas à CMD e ao CBSD são estimadas em 60 milhões de dólares americanos somente em Uganda. Existe uma grande necessidade de mandioca resistente à CBSD e CMD.

O Uganda é um dos países que trabalham na eliminação das doenças através de vários projetos, incluindo a cassava resistente a vírus, no inglês: Virus Resistant Cassava for Africa (VIRCA) Plus. O projeto VIRCA Plus é um esforço colaborativo envolvendo o Donald Danforth Plant Science Center; o National Crops Resources Research Institute (NaCRRI) em Namulonge, na Uganda; e o Kenya Agricultural and Livestock Research Organization (KALRO) em Nairobi, Quênia.

Usando ferramentas de biotecnologia, uma variedade predileta entre os agricultores (TME 204) foi transformada com sucesso e ganhou resistência ao CBSD. No entanto, não apresentou resistência significativa contra CMD. Uma vez que já existem variedades resistentes a CMD, essa falha pode ser abordada por melhoramento convencional. O quarto teste de campo teve como objetivo desenvolver variedades preferidas pelos agricultores que sejam resistentes para as duas doenças através dos cruzamentos entres as linhagens transgênicas resistentes ao CBSD e as não-transgênicas resistentes as CMD. O teste também forneceu dados vitais para desempenho agronômico. O projeto VIRCA concluiu vários testes de campo em diversas localidades em Uganda e Quenia, sendo que o último foi no distrito de Kasese, no oeste de Uganda. Desde 2010, NARO-Uganda tem testado cassava GM com grande progresso.

Para maiores informações, entre em contato com UBIC no ubic.nacrri@gmail.com ou visite o website da UBIC.

Américas

Ministros da Agricultura de cinco países da América do Sul pediram que a União Européia (UE) e a China deixem de atrasar as autorizações de importação de OGM. Os Ministros da Agricultura da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai participaram da XXXIV Reunião Ordinária do Conselho Agrícola do Sul (CAS) em São Paulo, Brasil, em 29 de agosto de 2017.

Numa declaração conjunta assinada no dia 29 de agosto, os ministros criticaram a "barreira assíncrona ao comércio internacional que deve ser minimizada" e "que tem um impacto negativo nos sistemas de produção agrícola". Durante o diálogo ministerial, foram assinadas três declarações: Negociação da OMC, ações conjuntas para o controle e prevenção da gripe aviária e Novas tecnologias para melhorar e acessar produtos GM a terceiros mercados.

A terceira declaração, que é a declaração conjunta, refere-se as novas tecnologias para a melhoria e acesso de produtos geneticamente modificados (GMs) a mercados terceiros e afirmou a necessidade de os países da região trabalharem juntos para intensificar o intercâmbio de informações na aprovação da GM produtos. Também procura reduzir a assincronia na aprovação dessas agências na região, e ao mesmo tempo promover a aprovação de eventos de interesse regional.

Os cinco ministros são: Juan Carlos Baruja, Ministro da Agricultura do Paraguai, presidente pro tempore do Conselho; Blairo Maggi, ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Brasil; Carlos Furche, Ministro da Agricultura do Chile; Tabaré Aguerre, Ministro da Agricultura e Pescas do Uruguai; e Ricardo Negri Secretário de Pecuária, Agricultura e Pescas da Argentina.

Leia a declaração conjunta aqui. Outros detalhes estão disponíveis no Consejo Agropecuario Del Sur (em Espanhol).

Ásia e Pacifico

Os pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências Agrícolas incorporaram com sucesso um gene Bt em plantas de repolho para melhorar a resistência à praga destrutiva, a traça-das-crucíferas (Plutella xylostella). Os resultados do estudo deles foram publicados na Scientia Horticulturae.

Os cientistas desenvolveram plantas de repolho transgênico utilizando a transformação mediada por Agrobacterium tumefaciens com o gene cry1Ia8 de Bacillus thuringiensis. As plantas transgênicas resultantes foram capazes de controlar tanto as larvas das traças-das-crucíferas susceptíveis ao Cry1Ac quanto as que são resistentes. Então eles analisaram a expressão e herança do gene Bt em quatro linhagens de uma única cópia e suas progênies sexualmente derivadas.Resultados das analises mostraram que o transgene foi inserido com sucesso no genoma do repolho e a herança do gene nas progênies seguiu o padrão de segregação mendeliana. Estes resultados implicam que as linhas transgênicas que apresentam herança estável podem ser utilizadas como doadores em programas de reprodução de repolho.

Leia o artigo de pesquisa científica para obter mais informações.

Mais de uma centena de agricultores e técnicos das províncias de Pangasinan, Batangas, Quezon, e Davao nas Filipinas expressaram total apoio a plantação comercial de berinjela Bt. Eles tinham esperanças que as sementes fossem disponibilizadas em breve, após aprender sobre a sua ciência, segurança e potenciais benefícios socioeconômicos durante o “Dialogo Publico sobre Beringela Bt” realizado no dia 14 de setembro na sede da SEARCA, Colégio, Laguna. A atividade serviu como uma plataforma para esclarecer aos agricultores questões sobre a referida tecnologia.

Reynaldo Cueto, agricultor do município de Balete, Batangas disse que a sua própria cidade está aberta para testes de demonstração da berinjela Bt uma vez comercializada, e ele espera que o cultivo possa ser plantado em breve por seus agricultores para que eles possam experimentar seus benefícios. A líder do projeto de berinjela Bt, Dra. Desiree Hautea, disse que a Universidade das Filipinas Los Baños (UPLB) agradece os comentários dos agricultores sobre os desafios na plantação da berinjela e outras culturas e continuará a desenvolver tecnologias para atender às suas necessidades.

Outras pessoas capacitadas no dialogo publico foram os lideres do estudo da berinjela Bt e os entomologistas da UPLB, Dr. Lourdes Taylo e o Sr. Mario Navasero; e professor de economia da UPLB, Dr. Cesar Quicoy. O diálogo público foi organizado pelo ISAAA e pelo SEARCA Biotechnology Information Center (SEARCA BIC).

Para maiores informações e atualizações nas Filipinas, visite o SEARCA BIC's website.

Europa

"Nós realmente desejamos ter uma sociedade baseada na ciência ou devemos nos deixar governar por preconceitos e concepções erradas” pergunta Roberto Defez, um microbiologista molecular do Conselho Nacional de Pesquisas da Itália, e Dennis Eriksson, um cientista na Universidade de Ciências Agrícolas da Suécia. Eles fizeram essa pergunta no artigo deles no Euractiv, que foi publicado após o julgamento do tribunal que os preconceitos não têm fundamento.

No artigo, eles narraram a estória de dois agricultores no Nordeste da Itália que queriam cultivar milho GM. Giorgio Fidenato, um dos agricultores, que se queixou de que a Itália lhe havia negado o direito de cultivar milho transgênico (MON810) devido à lei italiana aprovada em 2013. Em 13 de setembro, o Tribunal de Justiça da União Européia (CJEU) entregou um julgamento que a lei italiana não tinha base jurídica e, portanto, era inválida.

"Esta sentença é um marco. Os OGM sempre foram um psicodrama na Europa. Depois de anos de controvérsia entre os Estados membros da UE, a UE em 2015 levantou a bandeira branca e com a Diretiva 2015/412 entregou a cada país a decisão de ou para não permitir o cultivo de MON810 ou quaisquer futuros OGM aprovados para cultivo na UE. O julgamento do CJEU já apresentou uma ótima oportunidade para começar a recuperar uma abordagem racional e baseada em ciência. A tecnologia para produzir OGM já é antiga e dominante. A tecnologia emergente de edição do genoma aumenta a diversidade da caixa de ferramentas do melhorista e oferece um meio fácil, rápido, preciso e poderoso para reduzir o uso de pesticidas bem como ajudar as plantas enfrentarem as mudanças climáticas”, os pesquisadores concluíram no seu artigo.

Leia o resto do artigo no Euractiv.